“O perigo de contacto com as partículas de amianto em suspensão é um perigo invisível mas mortal”, sublinhou, argumentando que “esta situação podia ter sido resolvida durante as férias, como tantas vezes sugerimos à Direcção Regional de Educação de Lisboa”.
A Associação de Pais pretendia, com o protesto de hoje, boicotar o início do ano lectivo mas a maioria dos alunos acabou por ir às aulas.
“Há encarregados de educação que não estão em condições de participar num boicote às aulas porque não têm onde deixar os filhos”, justificou Carlos Morais.
Entre os presentes, alguns pais e encarregados de educação exibiam cartazes, podia ler-se “os nossos filhos não vão à escola!”.
Mónica Cunha é mãe de uma criança de 10 anos que ia frequentar hoje esta escola pela primeira vez: “Ela está ansiosa por ir, mas eu acho que primeiro está a saúde dela. Enquanto eu não tiver garantias e certezas, a minha filha não entra”, reiterou.
Já Paulo Ferreirim, cujo filho também vai frequentar o 5.º ano naquela escola, disse que, a partir de quarta-feira, a criança terá que ir à escola.
“Vim pelo protesto simbólico e porque temos que dar força à luta da associação de pais, que zela pela saúde dos nossos filhos, mas não quero que o meu educando fique prejudicado por faltar às aulas”, sublinhou.
Ana Cardoso e Miriam Marques são alunas do 8.º ano e para elas o ano lectivo ainda não começou: “Achamos que é uma situação perigosa. Apesar de a maioria dos alunos ter entrado nós vamos ficar aqui fora porque queremos estar a salvo”, afirmaram à Lusa.
O presidente da Junta de Freguesia de Corroios, Eduardo Rosa (CDU), afirmou estar ao lado dos pais e sublinhou que “esta é uma situação que já tinha de estar resolvida”.
Para Eduardo Rosa, “o problema do incêndio” - que deflagrou na escola vizinha à Básica 2/3 de Corroios depois de esta ter sido desmantelada,e do qual resultaram os escombros que estão agora a ser removidos, - “é só mais um”.
“A situação foi mal gerida desde que a escola Moinho da Maré foi desmantelada”, afirmou, sublinhando que “a sua resolução é da máxima urgência porque estão em perigo os alunos e os moradores”.
A Associação de Pais pretende que os escombros da escola do lado sejam retirados, que as análises às salas de aulas sejam efectuadas e que os valores de partículas de amianto em suspensão no ar sejam reduzidos à normalidade, através da descontaminação e limpeza dos espaços.
Contactada pela Lusa, a Direcção Regional de Educação de Lisboa esclareceu que “o plano de trabalhos foi aprovado pela Autoridade para as Condições de Trabalho. Está a ser monitorizado com frequência o ambiente, tendo sido feito recentemente um relatório por uma empresa credenciada, do qual se conclui que as medidas de segurança tomadas têm sido eficazes, visto que os níveis de partículas em suspensão estão muito abaixo dos limites legalmente exigidos”.
“O técnico de protecção civil do serviço municipal não detectou qualquer sinal de insegurança na obra”, antes “sinais de extrema preocupação com a boa execução dos trabalhos de remoção e um plano de execução eficaz na contenção de partículas e na descontaminação dos trabalhadores e materiais removidos”, acrescentou.
A DREL explicou ainda que “a exigência de cumprimento das regras de segurança condiciona a rapidez dos trabalhos mas a obra de remoção dos escombros está a prosseguir normalmente”, garantindo que “a finalização da obras está por dias”.
Fonte: Destak
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