Polícias estão revoltados com morte de colega
Os colegas de profissão de Guilhermino Lopes Correia, agente da Divisão de Trânsito da PSP, estão revoltados com a morte trágica do colega, sábado de madrugada no IC17, quando prestava um serviço gratificado nas obras do túnel do Grilo.
Recorde-se que o profissional com quase vinte anos de experiência não resistiu ao embate violento de um jipe que seguia a alta velocidade e que não se apercebeu do corte da estrada quando fazia uma ultrapassagem. Apesar das tentativas de reanimação, o agente de 46 anos morreu no local do acidente, não resistindo aos graves ferimentos provocados pelo embate com o separador central.
Ao que o CM apurou o funeral do polícia realizar-se-á dia 04/08/09 e o corpo será sepultado em Paio Pires, onde o agente Correia nasceu e ainda vivem a mãe e o irmão. Guilhermino Correia vivia no Seixal juntamente com a mulher os dois filhos ainda menores: Hugo, de 17 anos, e Nuno, de nove.
Morto por condutor que diz ter adormecido ao volante
Eduarda Correia adivinhou a tragédia mal os dois colegas do marido apareceram à porta de casa, no Seixal, ontem às 07h00. O marido, Guilhermino Lopes Correia, agente da Divisão de Trânsito da PSP em Lisboa há perto de 20 anos, saiu de casa na sexta-feira à noite para um serviço gratificado nas obras do túnel do Grilo, no IC17, mas acabou por morrer atropelado por um jipe. O acidente aconteceu horas depois da transferência para a PSP da fiscalização das principais estradas das cidades de Lisboa e Porto.
Segundo uma testemunha, o condutor fez uma ultrapassagem a alta velocidade e não viu os dois polícias. Atropelou Guilhermino e a violência da pancada fez com que a vítima fosse projectada até ao separador central. O agente, de 46 anos, bateu com a cabeça e não resistiu à violência do embate. O colega escapou por pouco: ao ver o carro desgovernado só teve tempo de saltar para cima do carro-patrulha. O condutor, de cerca de 40 anos, não apresentava taxa de álcool no sangue e disse aos agentes que tinha adormecido ao volante. Guilhermino foi logo auxiliado por duas pessoas que viram o acidente e que referem que a assistência médica só chegou quarenta minutos depois ao local do acidente.
Os familiares estão inconsoláveis: "Não sei o que pensar. O meu marido era muito cuidadoso. Antes de sair de casa, disse que não se ia esquecer do colete e das joelheiras reflectoras para os condutores o verem melhor. Parecia que estava a adivinhar o pior", disse em lágrimas Eduarda, que agora se vê sozinha com os dois filhos menores do casal: Hugo, de 17 anos e Nuno, de 9.
"SINTO MUITAS SAUDADES DO CHEIRINHO DO PAI"
Os familiares do agente Guilhermino Lopes Correia estão a passar o pior momento das suas vidas. O filho mais velho não voltou a falar desde que soube da morte brutal do pai e até foi levado para a casa de uma das tias. Nuno, de apenas nove anos, está em casa com a mãe e não pára de olhar para a fotografia de Guilhermino. "O mais pequeno estava na cama e ainda me disse: ‘Tenho saudades do cheirinho do pai.’ Não sei o que vai ser de mim sem o meu marido. Ele era o meu pilar e adorava os filhos. Era tudo para eles. Não merecia o que lhe aconteceu", desabafa Eduarda.
O agente Correia, como era tratado, tinha três irmãos e a mãe, de 89 anos, que vive em Paio Pires. Eduarda já foi contactada pelos colegas do marido que expressaram a sua solidariedade. De acordo com a lei, a família terá direito a uma indemnização correspondente a 250 vezes o salário mínimo nacional.
Fonte: Correio da Manhã
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